terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FÉ, FORÇA E CORAGEM ! E MÃOS Á OBRA 2014 ESPERA POR VOCÊ!






ADEUS 2013!  SEJA BEM-VINDO 2014
Em 2013, ri muito, chorei de alegria e de tristeza também, curti, me decepcionei com pessoas que se diziam amigas(os), me ferrei, me apaixonei, briguei, desapaixonei, mudei de casa, lembrei de tanta gente, fui lembrado por outras que eu não imaginava, fui supreendida com revelações, fui premiada com 2 PROJETOS CULTURAIS-DO MINISTÉRIO DA CULTURA- PRÊMIO MAZZAROPI DE CULTURAS POPULARES; E pela TRIPADVISOR , as minhas avaliações de viagens ,pousadas,hóteis e atrativos turisticos, foram lidas e avaliados por aproximadamente 1.000 pessoas (Brasil,USA,China ,Ucrânia (até na Ucrânia ?)e outros paises. É um sinal que estou no caminho certo, é uma linguagem mundial, a internet tem um poder incrivel!); meu Blog - Trilhasdocapimdourado.blogspot, com 2.600 (acessos, é uma simples vitória, que comemoro com muito entusiasmo, Com vitórias e derrotas não deixei me abater, afinal faz parte do nosso crescimento.Conheci pessoas maravilhosas, novos amigos(as),reencontrei outras que não via há muito tempo,enfim 2013 foi um furacão que passou em minha vida, e já se foi, estou virando a página de 2013, o que é bom para mim, vai ficar comigo , vai me acompanhar, o que não for, "já era"....Adeus 2013!
Agradeço a Deus e a minha familia por estarem sempre presentes em minha vida,com muita fé!
A todos aqueles que acreditaram e acreditam em mim, aos amigos de fé, irmãos e irmãs, camaradas.....(....como já cantava Roberto Carlos).
Aos colegas de trabalho no turismo, sonhadores(as) como eu....!
FELIZ 2014!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A RAPADURA DO SR JURACI - COMUNIDADE DO PRATA

Mangueira na entrada da Comunidade do Prata


A rapadura surgiu nas Ilhas Canárias no século XVI. E foi criada a partir das raspagens  das camadas de açúcar que ficavam  no fundo dos tachos.Eram derretidas e colocadas em formas utilizadas na fabricação de tijolos, pois era mais fácil para transportar.  
Tacho com melado de cana de açúcar


A Rapadura chegou no  Brasil por volta do ano de 1532, e servia de alimento para os escravos,pois é rica em nutrientes. Não era utilizada para fins comerciais, a partir dai começou a ser fabricada nos engenhos de cana de açúcar, com moendas movidas  por carros de bois.
 

Moenda de cana de açúcar




Eu já conhecia a "rapadura", sou filha de nordestinos!   Comi muita rapadura na  infância, lembro bem! Comi com farinha....rsrs!
Cada lugar, tem sua peculiaridade,sua especialidade e a rapadura no Brasil é uma tradição em diversas regiões  do país.
No Tocantins, não é diferente, apesar de ser um estado novo, tem a tradição da rapadura, que veio com a história de Góias.
Meu primeiro contato com a "rapadura  do Tocantins", vamos dizer assim, foi na primeira viagem que fiz até as comunidades quilombolas.
Com indicação de um guia, depois de um banho refrescante na cachoeira do Prata, fomos até a Comunidade de mesmo nome, "Prata", conhecer a tal rapadura do "seu Juraci".
"Seu Juraci"


Logo na entrada da Comunidade, na rua principal, um lindo pé de mangueira, com um tronco frondoso, nos recebe com sua sombra acolhedora. Mais adiante, a " casa do seu Juraci", muito simples, na frente uma lojinha, onde vende as "rapaduras" e uma árvore florida.
No quintal dos fundos, vários pés de laranjas, carregados!!!! com laranjas espalhadas pelo chão,uma fartura de dar água na boca!
Imaginem, se  não pedimos para saborear algumas laranjas. Uma delicia! sentar á sombra e ter o prazer  de saborear a laranja colhida do pé!
É um prazer sem igual, ainda mais, para quem nasceu e vive nos centros urbanos.
 Pé de laranja no quintal dos fundos do "Seu Juraci "


Mas perai! o motivo da visita na cas do seu Juraci, "não foi o pé de laranja" e sim a "rapadura"....rsrs
Então vamos lá, vamos a rapadura!...atacar.....rsrs!
Lá vem o seu Juraci, com uma variedade de rapaduras: rapadura com coco, rapadura simples, etc...
Me apaixonei pela rapadura com coco, derretia na boca, e a rapadura tradicional, é muito saborosa também!
Todas foram fabricadas no engenho artesanal do Seu Juraci, que fica localizado em um terreno , do outro lado da rua, na frente da casa do Seu Juraci.


Rapadura na forma


Finalizando, neste dia, comprei 10 rapaduras para presentear parentes e amigos, 5 de coco e 5 tradicional. Além da mala ter ficado pesada, ao retornar para São Paulo, aguentei algumas piadas como traficante de rapadura.....rsrs

área onde fabricam a rapadura


Tive a oportunidade de retornar a Comunidade do Prata, no mês de julho, e adivinhem o que eu fiz ?? Fui direto a casa do Seu Juraci, atrás da tal "rapadura  com coco. Não tinha! Mas a minha  surpresa maior, foi saborear uma outra "iguaria", a" rapadura com pedaços de buriti", minha nova paixão, acho que não preciso falar mais nada né?
Amei a rapadura com buriti !
Seu Juraci e familia, na sombra da mangueira

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

FESTA DA COLHEITA DO CAPIM DOURADO!




Sirlene Matos,fala sobre a importância da festa da colheita do capim dourado.


A festa da colheita acontece  no mês de setembro, normalmente a partir do dia 20. A programação, sempre começa no final de semana.O inicio da festa este ano será no dia 21 de setembro. 
Garotas da Mumbuca,Garotas Capim Dourado


Antigamente, na época da colheita do capim dourado,todos os moradores se reuniam apenas no momento de saida para o campo.E depois se reuniam novamente no campo para "rancharem".
Sirlene, beleza quilombola


E antes de sairem para o campo, cada morador ficava em sua casa.No campo, ficavam acampados durante 3 a 4 dias,retornando para casa em seguida.  
Noemia(conhecida como Doutora, filha de Dna Miúda),mantendo a  tradição na Comunidade.


Toda colheita feita por cada familia é armazenada em casa, e cada um colhe  a quantidade que quiser.


Beleza do capim dourado
 A presença feminina é dominante na comunidade, com vários eventos valorizando as mulheres da comunidade.   
Ensaio fotográfico,com Sirlene ,usando um colar de capim dourado

A programação da festa é feita pela Comunidade,respeitando e preservando a cultura local.

Garotas da comunidade, candidatas ao titulo de  menina capim dourado

A cavalgada, o desfile para escolha da Rainha,da Princesa e garota capim dourado, já faz parte da programação.E durante o desfile, todas se vestem e se enfeitam com acessórios e adornos de capim dourado, que elas mesmas, na maioria das vezes confeccionaram, ou melhor dizendo,"costuraram". 

Apresentação dos Moradores da Comunidade


A relação do homem com a terra,é uma relação divina, vemos isso em diversas passagens da história do mundo, principalmente na Biblia.
Colheita do capim dourado


Nesta relação do homem com a  natureza, é que se constrói a familia e a sociedade.
O capim dourado é oferecido pela natureza,através de Deus, e a colheita é feita através do trabalho humano.
Temos que agradecer a Deus,pela generosidade da natureza,em oferecer esta riqueza, que traz o sustento para a comunidade.
Preservando e colhendo o capim dourado na época certa,respeitando o seu tempo,com certeza,poderemos admirar a sua beleza e seu brilho por muito tempo.














terça-feira, 20 de agosto de 2013

DIVA ,UMA BRASILEIRA!

 
                                                Diva e a Bandeira do Brasil

Ao avistar esta casa na estrada do Jalapão,parece uma pintura bucólica do cerrado.E a moradora da casa, é a Diva,quilombola,mulher simples,artesã, guerreira,uma brasileira com muitos sonhos, igual a tantas outras....


Loja do capim dourado,Comunidade Carrapato,Jalapão 
 

Todas as vezes que fui ao Jalapão,passei em frente a "Loja do Capim Dourado", ao lado da casa da Diva, na Comunidade do Carrapato,Jalapão.
As vezes, parava, outras vezes não. Esta comunidade fica bem próxima a Comunidade da Mumbuca.
Diva,sua filha e neta
Uma das vezes que parei para olhar o artesanato,  vi esta mandala maravilhosa,que foi confeccionada pela filha de Diva. Fiquei encantada, com todos os detalhes  da peça. Não levei a mandala na hora, mas fiquei com  ela no meu pensamento, e quando voltei para São Paulo, solicitei que ela me enviasse duas mandalas.uma delas foi vendida e a outra esta, na parede da minha casa, acredito que representando a energia e harmonia da natureza do Jalapão.

Diva e uma peça de mandala
  
Fui até a casa da Diva uma casa simples, ao lado da lojinha. Casa de chão batido, como muitas outras  casas da região, aconchegante, organizada, e com muito capricho nas panelas, "bem areadas", reluzentes e com um brilho especial.
Diva muito simpática, me recebeu com um sorriso simples e sincero!


Diva e a Bandeira

segunda-feira, 22 de julho de 2013

MUMBUCA Online!

Te encontro lá, na Mumbuca!

van,que faz o transporte de passageiros


       Retornei ao Tocantins,desta vez meu transporte foi uma "van", o que chamamos por aqui de transporte alternativo. Este transporte faz o trecho Palmas X Mateiros, em dias alternados, horário de saida, 7h30 da manhã, cheguei no destino aproximadamente as 17 horas. Uma  grande aventura,pois você passa o dia inteiro na estrada,sacolejando de um lado para outro, entre malas,caixas de frutas,farinha de mandioca, e outros mantimentos que foram comprados na capital,pois devido a distância das cidades, quem utiliza o transporte,aproveita para comprar o necessário, conhece-se muitas pessoas, reencontra-se outras, e assim seguimos viagem, com algumas paradas nas cidades, que estão pelo caminho,não é um transporte confortável, mas como o nome já diz,é alternativo.                                                                                                                                                             
Cheguei na Mumbuca, ao entardecer,direto para a pousada da Antonia,liguei para ela e avisei;  "tô chegando", "me aguarde"......
Povoado Mumbuca ao entardecer
Desta vez,não foi diferente, cheguei e já tinha meu quarto reservado.No dia que cheguei na pousada, já tinha duas hóspedes por lá. Duas moças que  estavam fazendo um documentário, á respeito do Povoado da Mumbuca, e sobre o artesanato do capim dourado. Pois bem, logo que cheguei, aparentemente a pousada estava vazia, Chamei pelo nome;...."Antonia,Antonia".....não obtive resposta,mas logo saiu uma moça, de um dos quartos,  e informou que a Antonia não estava,tinha ido até a casa vizinha.  Me apresentei, e a moça me falou seu nome, Leticia! comentei em seguida, que não esqueceria seu nome,pois é o nome da minha neta.
Resolvi descarregar minha bagagem e aguardar pela Antonia,que logo apareceu.

Antonia e Eu

 Em seguida conheci a Lai, e nos identificamos logo, e a partir dai começamos a conversar, entre uma prosa e outra, "Lai", me disse que tinha a impressão de já me conhecer.Entre uma conversa e outra, perguntei para Antonia, se ela faria aquele famoso"cházinho" de folha de maracujá, ou cidreira. Neste momento, a Lai, lembrou, de onde me conhecia,foi na internet, pois quando ela estava fazendo a pesquisa a respeito do documentário da Mumbuca,em alguma momento, ela me localizou,e bastou "um link e um click",foi em um comentário sobre o "chá" na pousada da Tonha, que eu havia mencionado no blog.
Ficamos impressionadas naquele momento com o poder da internet, e das redes sociais.
Aquele "chá de cidreira"da Tonha

É! meninas, este mundo é pequeno! tantas voltas que este mundão dá , e a gente acaba encontrando pessoas, que viram, ou leram algo na internet, no qual a gente possa ter feito um comentário ou um "postado"  qualquer outro assunto.
Leticia reside em Ribeirão Preto, recém chegada dos Estados Unidos; a Lai,reside em Londrina, recém chegada de Londres.Fiquei pensando, "quem diria que iria conhece-las lá na Mumbuca, e que elas teriam visto meu blog pela internet.... foi muito bom, ter esta sensação! 
 Leticia e Lai, na trilha do Fervedouro da Mumbuca e Encontro das Águas

Morador da Mumbuca,menino Ranieri
Passamos dias agradáveis, foi enriquecedor, em conhecimento, em todos os sentidos. Nós fomos para a Mumbuca, cada uma com objetivos e com sonhos diferentes, a serem realizados, com toda certeza! E chegando aquela conclusão, de que nada acontece por acaso! Algum motivo há,para nos conhecermos.
Lai,no encontro das Águas,Mumbuca


Os dias se passaram,entre pesquisas, entrevistas,conversas ao amanhecer e  anoitecer,trocas de informações,bate papo, coca-cola, pão com ovo caipira, banhos no brejinho, banhos no fervedouro, trilhas, galinha caipira,sapos,aranhas  e muito bom humor, chegou o dia da partida das meninas. Final  do trabalho e material necessário para o documentário. Naquele momento,para Leticia e Lai, foi arrumar malas e aguardar o transporte  de retorno para Palmas e  cidades de origem. Eu ainda fiquei mais alguns dias,no Povoado da Mumbuca.




Jantar de despedida,com Leticia,Lai,Marcos e Derley






Nosso jantar especial,né meninas?


Espero que tenham sucesso no documentário, e que venham mais e mais documentários por ai......!
Logo a gente se encontra!....lá na Mumbuca!

domingo, 26 de maio de 2013

UMA CANTIGA PARA DONA SANTINHA


   
 
Dona Santinha
 
 
Dona Santinha é "mestre" de cantigas de rodas entoadas,para moradores e turistas que visitam a Comunidade Mumbuca
 Ouvir estes versos cantados de maneira tão simples, faz um bem danado para nossa alma.
 
 
Casa da Dna Santinha,Povoado Mumbuca (arquivo pessoal Maria Jose)



As cantigas nos faz lembrar da infância, onde ouviamos, mães,avós, cantarem  cantigas, para ninar,dançar, ou em reuniões  familiares.
Cantadas em momentos alegres e até tristes, onde acalmavam a alma, e espantavam  aqueles medos,que todas crianças sentem.
 
 
 
 
 
 
Hoje Dna Santinha, canta e espanta a tristeza de quem estiver por perto.Sua voz melodiosa cantando estas cantigas, é um patrimônio cultural do Povoado da Mumbuca, uma cultura que precisa ser preservada.
 
Flores no jardim da casa de Dna,Santinha
 
 
 
É assim : ela recebe todos com um sorriso,uma cantiga, e com palavras carinhosas, é impossivel não se emocionar,com o seu cantar....
 
 
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

VIOLINHA DE BURITI

                              

            
     
                                      Mauricio e Arnon


Mauricio e Arnon, quilombolas da "gema",vamos dizer assim,  da "gema" da Mumbuca.
Mauricio com sua maneira simples de falar, me contou um pouco da sua história, e de como surgiu todo esse interesse pela violinha de buriti.


Violinha de Buriti (foto arquivo Maria Jose A.Pereira)
Ele me falou que começou a cantar aos 10 anos de idade, e que aprendeu a tocar com seu avó Antônio Beato.
Antônio Beato,cantava por este "mundo afora",nas roças,festas das comunidades vizinhas, e nas rodas chatas.                                    


Mauricio e sua violinha de buriti
                                          
Tocar e cantar com a violinha de buriti, era a diversão das comunidades, depois do trabalho duro na roça.

Mauricio confeccionando a violinha

 
Nos tempos do avó do Mauricio, a violinha era feita no formato de um arco(tipo uma rabeca), e com o passar dos anos, seu formato foi alterado.
Originalmente,confeccionada com os talos do buriti, e as cordas(crina ou rabo do cavalo, o que fosse mais longo).Hoje ainda é confeccionada com talos do buriti, mas usam fios de nylon ou cordas de violão. A violinha possui 4 cordas.

Mauricio e Arnon(Arquivo pessoal Maria Jose)

Mauricio e Arnon, querem continuar com esta tradição, ensinando as crianças do Povoado Mumbuca , como se faz e como se toca a violinha de buriti.
Preservando assim a cultura, dos seus pais e seus avós.



Arnon e sua esposa Daudivina e sua filha


Mauricio e Arnon cantam e tocam, a violinha de buriti, divulgando o som da natureza do Jalapão!


Mauricio,Josy,Vitória e Sofia



Através da música, podemos transmitir emoções, lembranças, histórias, e reconhecer a identidade de um povo. 

E não poderia ser diferente no Povoado do Mumbuca,pois é através do som, da violinha de buriti, que eles procuram manter e preservar sua identidade cultural. 

Eu, a violinha de buriti e Mauricio (Arquivo pessoal Maria Jose) 




domingo, 28 de abril de 2013

FLOR DE MARACUJÁ



Flor de maracujá (arquivo pessoal Maria Jose)


Na última viagem que fiz ao Povoado do Mumbuca, fui  explorar e fotografar o quintal da Dna Laurina, vi uma flor maravilhosa, e  descobri que era a flor de maracujá.
Foi a primeira vez, que vi esta flor, fiquei encantada com a cor e aroma.
Não resisti e tirei várias fotos, "coisas  de uma paulistana, admirada com a beleza  de uma flor".

Botão da flor de maracujá(arquivo pessoal)

No povoado do Mumbuca, existe a árvore em abundância, no fundo de cada quintal. E quando as árvores ficam carregadas  em flor e frutos, é uma delicia!
Abundância de flores,frutos e aroma!


Fruto de maracujá(outra espécie de maracujá,olhem o tamanho!)
Este tipo de maracujá, gigante  tem uma polpa mais carnuda,o sabor lembra , aquele velho conhecido maracujá, come-se a polpa e pode fazer suco também.


 
Fruto do maracujá(foto Maria Jose)


Maracujá, na língua tupi, quer dizer "alimento dentro da cuia". É mesmo na cuia, isto é, na própria casca, que é mais gostoso saborear, é só colocar um pouquinho de açucar e saborear...sabor inconfundivel! 



Além de possuir grande valor medicinal: as folhas e o suco contêm passiflorina, um sedativo natural e o chá preparado com as folhas tem efeito diurético. Mas  é mais utilizado na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores. 

 
 
 
 
 Segundo folclore popular nordestino, quando Jesus estava na cruz, seu sangue escorreu pela madeira e molhou o solo. No pé da cruz havia uma planta que nunca deu flor e não tinha nenhuma virtude. Quando o sangue molhou a planta, ela soltou um botão, o botão virou flor e a flor trazia todos os sinais da crucificação. - "E havia junto da cruis, Um pé de maracujá, Carregadinho de frô, Aos pé de nosso sinhô. I o sangue de Jesus Cristo, Sangui pisado de dô, Nus pé du maracujá, Tingia todas as frô." (trecho do poema Flor de Maracujá,Catulo da paixão cearense).
 



Flor de Maracujá (Catulo da Paixão Cearense)

Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui claridadi
Mais brando do que o luá
Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro
Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê
Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza
Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera
E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô
I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor
Eis aqui seu moço
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá


Este  poema é uma delicadeza, uma riqueza da nossa cultura.





















 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

MULHERES DOURADAS PELO BRILHO DO CAPIM DOURADO


                                       Dna.Miúda(foto de Samuel Lemas)

 Dna Miúda, foi a matriarca deste povoado, e a maior liderança da Mumbuca.
Pois foi através dela, que o artesanato de capim dourado começou a ser divulgado e conhecido, por este mundo afora.
Como herança dos seus antepassados, ela possuia o "saber fazer", do artesanato de capim dourado, que foi passado de uma geração a outra,de uma familia para outra.


                                                                Dna Laurentina(irmã de Dna.Miúda) 

 Dna Laurentina, hoje a pessoa mais idosa do poovoado.Foi parteira por 35 anos,trouxe ao mundo os herdeiros da cultura quilombola, do Povoado da Mumbuca.


Dna Santinha   
 



Dona Santinha, com toda sua simpatia, junto com as crianças,recebe os turistas, cantando aquela canção."....visitante seja bem vindo, tua presença é um prazer....a Mumbuca ama você "

Doutora
Poderia falar tantas coisas destas mulheres guerreiras, que conheci, nestas viagens que fiz para o Tocantins.Admiro todas elas, cada uma possue um dom,uma singularidade,que faz ,com que todas sejam muito especiais. Cada  qual com um brilho em especial o  "brilho do capim dourado".
Chica,filha de Dna Miúda,(dizem que a semelhança fisica é  muito grande);com habilidades,para  o artesanato, e para  fazer um delicioso pão caseiro.
 
Dna Laurina(filha de Dna Laurentina);presidente da Associação dos Artesãos e Extrativistas do Povoado Mumbuca, a  frente , na associação e em sua casa, onde serve almoço aos turistas,que passam por ali, e querem saborear , aquela galinha caipira, tipica da Mumbuca.
 

Ilana e Sirlene, a nova geração de mulheres guerreiras!
 
São verdadeiras guerreiras, que  lutam para sobreviverem,com tantas dificuldades, mas preservando  sua  identidade cultural.

Marcia, lavando roupa no "brejinho", água corrente,bem clarinha,maravilha 



As mulheres mais jovens,possuem muitos sonhos, sonhos de moças, mas todas  com o orgulho de serem herdeiras de Dna.Miúda, uma nova geração de  quilombolas. Querem estudar, conhecer lugares, mas querem continuar  preservando sua identidade.

Começou com a india Jacinta, depois a vó, a mãe de Dna Miúda,filhas,irmãs,netas, todas guerreiras, todas mulheres douradas.